domingo, 14 de abril de 2013

Reflexões de um domingo...

Domingo... e lá vem a segunda, e tudo de novo, despertadores tocando, carros correndo para todo lado, sorrisos.... sorrisos? sim.... sorrisos à loucura de ver horas sendo gastas, horas que não possuem preço afinal, quanto vale a vida? quem poderia comprar algumas horas ou quiçá minutos, segundos de vida? no entanto, o mundo gira, o sol nasce, e lá vai o bicho homem, correr atrás de recursos para ter condições de, no futuro, poder passar algumas horas fazendo o que de fato se gosta, ironia... que futuro, se de fato, futuro algum se tem? não seria mais fácil parar de girar a roda e simplesmente fazer hoje o que nos torna plenos e que nos traz satisfação? se a vida se vai como a poeira e como o vapor some em poucos instantes, se a roda nos impulsiona ao não ser, visto que não se é o que se quer, por que gastar o meu tempo não sendo o Léo? sinceramente não sei. Medo? receio de morrer de fome? e amanhã... como eu vou ficar? mas... que amanhã, se na verdade, eternamente, só temos o hoje?

É... o mundo gira... e não tem jeito, nós giramos junto, não sei se de fato há como sair, talvez quem sabe... posso ao menos não dar mais impulso a esta roda de escravos em um moinho sem fim, tentar empurrar minhas cadeias sem de me importar tanto com o giro, deixa-lo girar, mas sem perder a noção de onde permanecem minhas prioridades, onde descanso...

Rodando, rodando, se ao menos tudo isto me fizer valorizar mais os momentos raros de vida de fato, talvez estas horas vivo sejam bem mais prazerosas... as vezes isto soa como utopia... desculpa, pois de verdade, geralmente acabamos vivendo para rodar, contando com o dia em que sairemos do moinho, até que o moinho para, não para o descanso, mas porque morremos nele.

Que a lucidez não me falte, que a coerência não se ausente dos meus passos, que eu consiga entender que a vida é um jogo onde as regras mudam a todo instante, fazendo com que só tenhamos algum poder sobre o momento chamado presente, sendo o passado e o futuro intangíveis, por isto, preocupar-se muito com ambos é tão válido quanto o sujeito que tenta guardar um rio em um copo de requeijão.

Que eu sorria... afinal... não estou sozinho, sou só mais um "girador", caminhando em círculos, ouvindo o ranger do moinho, perguntando por que, até que um dia a roda pare de vez, o patrão nos chame e nos mostre a farinha produzida, e quem sabe, passemos então a moer outros grãos. Ótima semana a todos.